04/09/2018

Grandes engenheiras que mudaram o mundo!

Engenharia 3.0
Edith Clarke é uma das mulheres que acabou com o mito de que curso de exatas é coisa de menino.

A engenharia sempre carregou o estigma de ser um campo masculino. Mas o bom é que esse cenário está mudando cada vez mais, e as mulheres já acabaram com o mito de que curso de exatas é coisa de menino. Muitas engenheiras poderosas foram responsáveis pelo pioneirismo da mulher nessas áreas e abriram o caminho para as profissionais de hoje em dia. Quer conhecê-las um pouco melhor?

Martha J. Coston (1826 – 1904)
 

Martha J. Coston (1826 – 1904)

Martha pode não ser formada em Engenharia, mas levou adiante os trabalhos de seu marido com muita inteligência. Aos 21 anos de idade, ficou viúva e com quatro filhos para criar. Seu marido, que trabalhava com engenharia naval, havia deixado apenas esboços de planos para chamas pirotécnicas. Martha interpretou todos esses rascunhos e começou praticamente do zero, desenvolvendo um elaborado modelo de foguetes chamado Night Signals, que permitiria aos navios uma comunicação de mensagens noturnas. Ela vendeu o sistema de sinalização para a Marinha dos Estados Unidos, ajudando a salvar vidas e a ganhar muitas batalhas durante a Guerra Civil.


Emily Roebling (1843 – 1903)
 

Emily Roebling (1843 – 1903)

Exemplo de superação e inteligência, Emily Roebling foi colaboradora de um dos maiores projetos de engenharia da história americana: a Ponte do Brooklyn, finalizada em 1883. O projeto começou com seu sogro, um pioneiro na construção de pontes suspensas, e depois foi herdado por seu marido, Washington Roebling. Mas Washington acabou adoecendo e Emily teve que assumir a supervisão diária da obra. Superando um ambiente majoritariamente masculino, ela aprendeu muitos detalhes de engenharia ligados à construção da ponte (como cálculos específicos e resistência de materiais) e tornou-se uma das maiores profissionais de exatas do país, sendo inclusive a primeira mulher a dirigir a Sociedade Americana de Engenheiros Civis.


Edith Clarke (1883 – 1959)
 

Edith Clarke (1883 – 1959)

A americana Edith Clarke foi a primeira mulher a se formar em Engenharia Elétrica no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1918. Após sua formação, Clarke trabalhou como engenheira na General Electric, onde desenvolveu a famosa Calculadora Clarke, usada para resolver cálculos de linha de transmissão de energia elétrica. Em 1954, ela ganhou o principal prêmio da organização Society of Women Engineers, “em reconhecimento de suas muitas contribuições originais para a teoria de estabilidade e análise de circuitos”. Uma baita inspiração para as engenheiras de hoje em dia!


Enedina Marques (1913 – 1981)
 

Enedina Marques (1913 – 1981)

E não podiam faltar as mulheres brasileiras nessa lista! Enedina Marques foi um exemplo de superação em uma época onde a discriminação após a abolição da escravatura ainda era muito forte. Depois de superar vários obstáculos, conseguiu entrar no curso de Engenharia Civil e se formou em 1945, tornando-se a primeira negra no Brasil a se formar em Engenharia e a primeira mulher a ter essa graduação no estado do Paraná. Um de seus principais feitos foi a construção da Usina Capivari-Cachoeira, maior hidrelétrica subterrânea do sul do país.


Hedy Lamarr (1914 – 2000)
 

Hedy Lamarr (1914 – 2000)

Hedy Lamarr provou que não era apenas um ‘rostinho bonito de Hollywood’. Além de extremamente talentosa no cinema, Hedy também foi uma grande engenheira. Durante a Segunda Guerra Mundial, a atriz criou um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas e o patenteou na década de 1940. A ideia surgiu quando tocava piano com seu compositor: ela se deu conta que duas pessoas podem conversar entre si mudando a frequência do canal de comunicação. Sua invenção foi tão importante que, em 1997, Hedy foi reconhecida com um prêmio do governo norte-americano, e hoje é considerada a “mãe do telefone celular”.


Aïda Espínola (1920 – 2015)
 

Aïda Espínola (1920 – 2015)

Outra mulher brasileira de fibra é a Aïda Espínola. A carioca foi uma das primeiras mulheres a se formar em Química Industrial e chegou a fazer mestrado e doutorado nos Estados Unidos e três pós-doutorados na Argentina! Aïda foi uma das precursoras de estudos das rochas dos reservatórios de petróleo, que mais tarde serviriam de base para as análises da camada pré-sal, tornando-se uma referência na área. O laboratório criado por ela chegou até a ser escolhido pela NASA para analisar rochas recolhidas na Lua! E ela se dedicou inclusive a estudos de energia renovável: suas descobertas deram origem ao ônibus verde movido a hidrogênio que circula no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Stephanie Kwolek (1923 – 2014)
 

Stephanie Kwolek (1923 – 2014)

A química polaco-estadunidense Stephanie Kwolek descobriu um polímero que revolucionou a indústria mundial: o Kevlar, fibra ultra resistente que é utilizada hoje em dia em coletes à prova de balas, carros blindados, aviões, pneus e até mesmo celulares. A descoberta aconteceu em 1960 quando ela trabalhava na DuPont. Ela procurava um material que pudesse ser usado no reforço de pneus de automóveis, mas encontrou algo muito mais promissor: um polímero líquido cristalino mais forte que o nylon e cinco vezes mais resistente que o aço! Devido a suas descobertas, ela recebeu a National Medal of Technology (Medalha Nacional de Tecnologia, em português) em 1996 e foi nomeada para o National Women’s Hall of Fame, organização que reconhece conquistas de mulheres norte-americanas, em 2003.


Bônus!!

Marie Curie (1867 – 1934)

 

Marie Curie (1867 – 1934)

E como bônus nesse rol de mulheres poderosas vem uma cientista que pode não ser engenheira, mas sem dúvida nenhuma é referência para todas as profissionais de exatas do mundo. Afinal, essa lista não estaria completa sem a “mãe da Física Moderna”. A polonesa Marie Curie é famosa por sua pesquisa pioneira sobre a radioatividade, pela descoberta dos elementos polônio e rádio e por conseguir isolar isótopos desses elementos. Mas teve que ultrapassar muitos obstáculos para chegar até aí, desde dificuldades financeiras até cursos feitos às escondidas (não era permitido que mulheres estudassem em universidades na Polônia à época). Marie sem dúvida é um grande gênio da humanidade, sendo a primeira pessoa a ganhar duas vezes um Prêmio Nobel: em Química, em 1903, e em Física, em 1911.