A equipe do Núcleo BIM da Odebrecht atendeu a um convite realizado pelo Departamento de Construção Civil da Poli-USP, para participação em palestra do Prof. Dr. Ghang Lee, eminente autoridade global da Yonsei University e um dos autores do renomado BIM Handbook.
De acordo com Cristiano Silva, da área de Engenharia, o evento proporcionou uma visão privilegiada sobre a vanguarda da inovação tecnológica no setor de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). “O professor Lee apresentou um panorama abrangente das transformações impulsionadas pela Inteligência Artificial, oferecendo insights profundos que vão muito além da automação de tarefas e sinalizam uma redefinição fundamental dos processos de projetar, construir e operar”, afirma.
Dentre os diversos avanços compartilhados, alguns conceitos merecem destaque especial por seu potencial disruptivo e aplicabilidade estratégica. Um dos conceitos explorados foi o "Speech-to-BIM". Esta abordagem propõe um fluxo de modelagem radicalmente novo, uma interface "mouseless" onde o profissional interage diretamente com a plataforma BIM através de comandos de voz. Amparada por sofisticados sistemas de Processamento de Linguagem Natural (PLN), a ferramenta de IA interpreta diretrizes verbais complexas e as traduz instantaneamente em ações de modelagem. A promessa é a de um processo de design mais fluido, intuitivo e ágil, acelerando ciclos de iteração e democratizando o acesso a ferramentas que, de outra forma, exigiriam uma curva de aprendizado mais íngreme, transformando a relação homem-máquina no ambiente de projeto.
Outro ponto de vanguarda apresentado envolve o enriquecimento do Nível de Desenvolvimento (LOD) de modelos por meio de algoritmos de Inteligência Artificial. Em vez de um avanço manual e gradual, a IA pode analisar elementos genéricos de um modelo (LOD 200, por exemplo) e, com base em bibliotecas de conhecimento, regras de engenharia e dados de projetos anteriores, detalhá-los autonomamente para um nível de fabricação (LOD 400). Isso representa um grande salto na produtividade, mitigando um dos processos mais trabalhosos e propensos a erros do ciclo de vida BIM e garantindo um ativo digital com um grau de informação muito mais robusto e confiável desde as fases iniciais.
A exposição do professor Lee transcendeu a mera demonstração tecnológica, provocando uma reflexão sobre suas implicações organizacionais e humanas. Ficou evidente a necessidade imperativa de uma sinergia cada vez mais profunda entre as disciplinas de Engenharia e Tecnologia da Informação, evoluindo de uma relação de suporte para um modelo de cocriação de soluções. Longe de sinalizar uma substituição da mão de obra qualificada, a IA redefine o papel do engenheiro e do arquiteto, deslocando o foco da execução manual para atividades de maior valor estratégico, como a curadoria de dados que alimentam os algoritmos, a validação crítica das soluções propostas pela máquina e, finalmente, a tomada de decisão complexa baseada em insights ampliados.
A apresentação de Ghang Lee consolida a visão de que a Inteligência Artificial deixou de ser uma promessa futurista para se tornar um catalisador presente e tangível de transformação na engenharia. As tecnologias discutidas não são apenas ferramentas incrementais, mas agentes de uma mudança de paradigma que afeta workflows, competências profissionais e estratégias de negócio. Para uma organização na fronteira da inovação como a Odebrecht, a assimilação desses conceitos sugere uma oportunidade estratégica clara para explorar projetos-piloto focados, onde a aplicação direcionada da IA possa gerar valor mensurável, otimizar a alocação de capital intelectual e solidificar sua liderança no setor.
A equipe do Núcleo BIM da Odebrecht atendeu a um convite realizado pela Poli-USP, para participação em palestra do Prof. Dr. Ghang Lee, eminente autoridade global da Yonsei University e um dos autores do renomado BIM Handbook.